quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Peregrinação V.L. S.

Como um grande veu, a noite se estende sobre a face da terra. É exato o momento de peregrinar por distantes terras. Não a Terra. Sair da Terra. Querer o mar. E ser o mar. Ir, vago, em viagem, em direção interior. Apreciar a imensidão das águas. Multicolores. Negras. Fazer a opção de rotas. Mil tons que contagiam, impregnam. É do azul o mais intenso. Tons que se (re) colorem à breve passagem. Azul, azuis. A cor do som do mar do sonho. Azul.

O mar não dorme. No mar não há sonolência. Inquietudes constantes assemelham-se. O desassossego é uma profusão de pensamentos em ondas. Em una romaria, singrar por lugares santos. Santificar atos, fatos, pessoas, odores cores e sensações. Benditos momentos. Sã intenção ação de velejar longínquas instancias, paragens perenes em instantes de peregrinação.

Neste espaço tempo, (re)viver o sal. O mar não dorme. O mar não dorme...Vidas se multiplicam em seu interior. Lembranças se graduam no mar interno. Vidas se (re)fazem no azul sereno do navegante pensar. Turbilhão de ondas segue. Imensos rumores se aproximam desgovernados. São forças vulcânicas que se desdobram do mais íntimo das águas. Avançam, avançam tempestuosamente.

Agora é conter ou morrer no próprio mar, agora negro. Imenso mar de solidão só. Conter a triste impressão. Sublimar o triste tom. Deixar desabrochar o riso. O sorriso tímido aflora vivo, belo como a rosa azul, roseo riso azul.

E o mar límpido (re) torna. (Re)novo. Viagem paz. E nave esgueirar sobre as águas. Profundas. Profusas águas sal saudade. Voltar-se e ver sorridentes espectros a acenarem. Rochas. Portos. Névoas. Não. Não.

Deixar-se levar...E o fascínio da doce viagem seduz. Nela encontrar a luz da felicidade. É doce peregrinação.